segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fast Fashion ganha primeiro livro no Brasil


Hoje, para estar na moda, não é mais preciso esperar meses para adquirir aquele look desfilado nas passarelas mundiais. Criada na Europa, o modelo de comercialização da moda que abastece o mercado com as novidades do mundo fashion de forma rápida é uma realidade em todos os países, inclusive no Brasil.

Para falar sobre esse fenômeno que cresce a cada dia, Enrico Cietta, consultor de moda e sócio-diretor da Diomedea - empresa italiana de pesquisa e comunicação, também presente no Brasil -, lança o livro ‘A Revolução do Fast Fashion: estratégias e modelos organizativos para competir nas indústrias hibridas’, pela Estação das Letras e Cores Editora. O tema, inédito em publicações do tipo no Brasil, analisa a transformação do modo de consumo do produto moda na Europa nos últimos dez anos.

De acordo com Cietta, a publicação é inspirada no grande sucesso das empresas de fast fashion do segmento atuantes na Itália, além de contar as mudanças no setor da moda na Europa. “As empresas que foram capazes de explorar a natureza híbrida dos produtos de moda, mudando o modelo de negócio e a organização criativa, produtiva e distributiva, tem tido grande sucesso”, analisa. De acordo com ele, o fast fashion não é apenas um negócio de copiadoras e nem um modelo de produção para segmentos de baixo escalão. É um setor onde o tempo é um bem escasso, e existe uma complexa estratégia de organização que reúne várias áreas de uma mesma empresa.

O modelo fast fashion não é como normalmente se acredita, como sendo um modo para vender produtos de baixo valor agregado e com pouca criatividade. Trata-se, na verdade, de um exemplo que revoluciona a tradicional maneira de apresentar as coleções sazonais, com um ciclo contínuo e criativo. "Neste negócio, velocidade é apenas um dos vários elementos de sucesso, porque, acima de tudo, o que determina o êxito é a gerência da cadeia de criatividade”, afirma Cietta.

Em todo o mundo, muitas companhias focadas neste nicho de mercado contam com "caçadores de tendência", profissionais que estão sempre alerta nos principais acontecimentos mundiais, inclusive o que as pessoas - celebridades, anônimos, profissionais de moda – vestem. Com isso, o mercado pode investir em mini-coleções que podem ser produzidas para atender as solicitações do mercado o mais rápido possível.

Na Itália, o volume de negócios movimentado pelo fast fashion é de € 5 bilhões. “Uma grande parte da atenção é dada ao seu mercado alvo, a rotação de produtos durante a temporada, a política da marca e, como consequência de definição, de um estilo próprio, que segue as tendências da temporada de vendas”, diz o consultor de moda. De acordo com ele, as coleções são atualizadas constantemente, muitas vezes uma vez por semana, ou a cada 15 dias. “Essa rapidez nas trocas das peças expostas para venda faz com que os consumidores sempre tenham algo novo nas lojas para adquirir, voltando com frequência nos estabelecimentos”, afirma.

No Brasil não há estudos específicos sobre a movimentação deste modelo, mas sabe-se que o faturamento da cadeia têxtil e de confecção no país é de US$ 45 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). “O fast fashion no Brasil ainda é um movimento recente, mas com a internacionalização da moda brasileira, o modelo de negócio no país vem aprimorando e se tornando cada vez mais importante”, conclui Cietta.


A Revolução do Fast Fashion: estratégias e modelos organizativos para competir nas indústrias híbridas

Publicação: Estação das Letras e Cores Editora
Formato: 16x23 cm
Estrutura: 264 páginas
Preço sugerido: R$ 52,00

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