quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Papai Noel Existe


Como surgiu essa lenda do Papai Noel que, para alguns, é mero símbolo de consumo e se afasta do significado religioso do Natal? O fato é que o personagem tem tudo a ver com o cristianismo: Papai Noel é a forma carinhosa como ficou conhecido Nicolau Taumaturgo, que depois de canonizado pela Igreja Católica virou o São Nicolau. Sua história é realmente bonita e remete a um exemplo de extremo amor não só às crianças, mas a todos os necessitados de ajuda e atenção.

Nicolau nasceu na cidade de Pátara no século IV, região onde hoje está a Turquia, terra de invernos muito duros. Com a morte dos seus pais, ele herdou uma grande fortuna, que começou a distribuir entre os pobres, de forma anônima. Toda vez que sabia da necessidade de alguém, jogava pela chaminé da casa onde aquela pessoa morava um saquinho com moedas de ouro.

Mas, gostava de ajudar de todas as formas: socorria afogados e enfermos. Ajudava crianças, adolescentes e mulheres. Um dia, em sua cidade, descobriram que era ele quem jogava os saquinhos com as moedas de ouro na casa das pessoas. Por isso, ele resolveu se isolar. Não querendo mais morar na cidade onde foi reconhecido, estabeleceu-se em outra cidade, Mira, como um pobre.

Mas, sua dedicação extremada à igreja e à oração foi logo comemorada pela comunidade religiosa. Com o tempo, tornou-se bispo de Mira e passou a dedicar sua vida aos outros. Tornou-se um verdadeiro pai dos órfãos e pobres, defensor dos oprimidos. Era humilde, pacífico, se vestia mais simplesmente possível. Comia o estritamente necessário e ainda só uma vez por dia, à noite.


Depois que ele morreu, muitos passaram a rezar e pedir-lhe bênçãos. Há registros de muitos milagres e seu dia, na igreja, é comemorado em 6 de dezembro – data da sua morte. Muitas também são as histórias sobre supostas aparições suas. A mais famosa delas foi no Natal de 1583, na Espanha. Por isso, o codinome Papai Natal – ou Noel (natal em francês) – o pai que aparece no Natal.

Ele hoje é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. Patrono dos coroinhas na Armênia. Em honra a São Nicolau, padroeiro dos estudantes, realizam-se em Guimarães (Portugal) as Festas Nicolinas, uma das mais antigas celebrações acadêmicas do Mundo.

Em 1822, o professor de literatura grega Clement Clarke Moore, de Nova Iorque, fez um conto para seus filhos, intitulado “Uma visita de São Nicolau”. Descrevia-o como um velho risonho, rechonchudo e barbudo, que viajava num trenó puxado por renas voadoras e entrava nas casas pela chaminé, levando presentes na véspera do Natal para crianças. O poema tornou-se famoso, contado por pais aos seus filhos naquele dia.

Em 1886, o cartunista Thomas Nast foi convocado pela revista Harper’s Weeklys, em sua edição especial de Natal, a criar a imagem do Papai Noel para o conto que já tinha se tornado popular. Daí surgiu a imagem que hoje se conhece.

Em 1931, a Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária realçando nas roupas dele o vermelho e o branco, as mesmas do seu rótulo. A campanha, destinada a promover o consumo de Coca-Cola no inverno (período em que as vendas da bebida eram baixas na época), fez um enorme sucesso e a nova imagem de Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo. Assim, a Coca-Cola contribuiu para difundir e padronizar a imagem atual, mas não é responsável por tê-la criado.


Na versão americana, Papai Noel – chamado por lá de Santa Claus – mora junto com Mamãe Noel e a equipe de duendes em sua casa no Polo Norte. Na versão britânica, frequentemente se diz que ele reside nas montanhas da Lapônia, Finlândia, na cidade de Rovaniemi. Lá, de fato, existe o “escritório do Papai Noel” que se tornou uma atração turística do local. Criou-se inclusive um endereço oficial como a residência do Papai Noel: Santa Claus, FIN-96930, Arctic Circle, Rovaniemi - Finlândia (http://www.santaclausoffice.fi/). Em função disso, a colônia finlandesa de Penedo, no Rio de Janeiro, se auto-declarou como a “residência de verão” do Papai Noel.

As renas do Papai Noel são muito comemoradas e a mais famosa delas é Rodolfo, que teria entrado na equipe por ter um nariz vermelho e brilhante, que ajuda a guiar as outras nas tempestades. Essa lenda está retratada no filme Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho (1960 e 1998). Os nomes das outras renas são: Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago.


Uma Visita de São Nicolau

“Era a noite antes de Natal. Nas casas não havia uma criatura se mexendo, nem mesmo um rato. As meias estavam penduradas pela chaminé com cuidado na espera da visita de São Nicolau. Então, no gramado surgiu um ruído. Eu pulei da cama para ver o que era. A neve caía em meio à lua. E vi: era um trenó de renas, com um motorista. Eu sabia: aquele era São Nicolau. Ele assoviou e chamou cada rena pelo nome: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago. O trenó estava no telhado, cheio de brinquedos. De repente, Nicolau desceu pela chaminé com um salto.

As roupas dele estavam manchadas com cinzas e fuligem. Seus olhos brilhavam. Seu sorriso alegre fazia covinhas nas bochechas. Seu nariz era rosado como uma cereja. Sua barba era branca como a neve. Tinha um rosto largo e uma redonda barriga, que tremia como geleia quando ele ria. Ele era gordinho, roliço, e tinha junto a si um velho e alegre duende. Ao vê-lo, eu não tive nenhum medo. Fiquei olhando, ele calado, enchendo as meias com presentes, até terminar seu trabalho. Foi quando subiu a chaminé. No telhado, pulou de volta no trenó, deu um apito, e todas suas renas voaram rumo ao céu estrelado, saindo a desejar, com um aceno e um grande sorriso: ‘Feliz Natal para todos!!!’”


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