quarta-feira, 20 de abril de 2011

Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho, expressão do homem nordestino





Além do famoso espetáculo da Paixão de Cristo, o turista que visitar o município de Brejo da Madre de Deus, no agreste pernambucano, pode conhecer outras atrações da região. Com uma área de 762 km² de história, beleza e cultura, a cidade encanta cada vez mais turistas do Brasil e do mundo. As matas nativas e o relevo acidentado também fazem do município um ambiente propicio à prática do turismo ecológico, tendo como destaque, o Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho, com gigantescas figuras em granito, esculpidas por artesãos locais.

O parque foi concebido pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), na década de 1980, que o administra desde seu início. São 36 esculturas gigantes espalhadas em uma área de 60 hectares, divididas em nove setores e com reservas de caatinga rica em fauna e flora. De acordo com o presidente da Sociedade Teatral de Nova Jerusalém e secretário de Turismo de Brejo da Madre de Deus, Robinson Pacheco, o conceito criativo das peças partiu da necessidade de se criar figuras/esculturas que identificassem a cultura do povo nordestino.

“Plínio Pacheco, empenhado em visualizar as formas, os costumes, as figuras emblemáticas através da poesia, da música e, acima de tudo, do folclore e da fé, foi encontrar inspiração na Feira de Caruaru”, conta. Lá, ele encontrou pequenas esculturas de cangaceiro, mulher rendeira, Padre Cícero, entre tantas outras, todas esculpidas em troncos de umburana de cheiro - árvore famosa no sertão por sua resistência à seca nativa das caatingas nordestinas.

O turista pode fazer esta incrível viagem por um mundo de sonhos, contracenando com as monumentais esculturas de pedra. O parque é a expressão de mãos rudes de gente simples, lavrando na pedra bruta, as imagens poéticas do som, dos sonhos, dos mitos e dos herois nordestinos. O Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho é uma verdadeira expressão da arte poética brasileira. O público encontra gigantescos habitantes de características únicas em todo o Brasil. Agrupados, lá estão eles, imponentes, aparentemente imóveis. Esculpidos em rocha granítica, parecem ter vida.

O Sanfoneiro a tocar as suaves notas do pífano e a voz estridente dos violeiros transportam estas figuras à vida. Em outro setor, encontra-se o Lavrador com a Enxada, a Mulher Rendeira, a Colheitadeira de Algodão, a Mulher com Pote de Barro, trazendo água encontrada à distância, nos parcos mananciais. A Rezadeira, a figura mística do Beato e a própria Iemanjá trazida pelos escravos negros.

As danças regionais, o Pastoril, o Bumba-meu-Boi, o Cavalo-Marinho, o Morto carregando o vivo. O Caçador, com sua espingarda e cachorro, o Menino que vende Pirulito e o Homem do Miúdo como quem grita seus pregões. E o Leão do Norte e a Carranca, símbolos nordestinos muito comuns, estão lá, imponentes.

História – Robinson Pacheco conta que quando o seu pai e fundador da cidade-teatro de Nova Jerusalém, Plínio Pacheco, percebeu que por mais gigante que fosse o seu projeto, um dia a obra seria finalizada. Ele observou também que aquele simples camponês que encontrou trabalhando no campo com foice e enxada tinha sido transformado em um “cantel” - nome dado aos profissionais que trabalham com a pedra, com a cantaria.

Plínio Pacheco notou, ainda, que ao finalizar os trabalhos da construção de Nova Jerusalém, acabaria também a oportunidade de trabalho de toda uma equipe de artesãos formada ali. Todos correriam o risco de ficar desempregados. Plínio Pacheco em conversa com o ex-governador de Pernambuco, Nilo Coelho, mostrou sua preocupação diante da tal situação. Como grande visionário que também era, Coelho de imediato encontrou a solução e disse: “que desemprego que nada Plínio, vamos é criar um parque de esculturas aqui em Fazenda Nova, utilizando estes homens, e transformá-lo em mais um atrativo turístico para Nova Jerusalém e Fazenda Nova.”

Daí por diante não faltaram encomendas. Ele, como político, pedia aos prefeitos de Pernambuco e aos governadores do Nordeste, para comprarem belas obras de arte, gigantes, que hoje se encontram espalhadas por toda a região. “Daí, a justa homenagem feita pelo meu pai, em batizar de Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho”, diz Robinson Pacheco.

De acordo com ele, o parque tem sua importância para toda a região, por apresentar um acervo histórico e cultural único, em todo o mundo. “Mas, o que realmente precisa ser feito, é transformá-lo num parque autossustentável, para que nele sejam formados jovens na arte da cantaria, e realizadas exposições anuais de novas esculturas, além de eventos folclóricos e festivais de músicas regionais”, informa Pacheco.

2 comentários:

  1. Adorei conhecer a Cidade-Teatro, mas, ainda não conheci este parque... Ainda há muito o que conhecer nesta região...

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  2. Descrever a emoção que sentir quando pisei neste solo... Sim, tornou-se para mim um caminho especial. Além da natural beleza que é presente divino!

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